Conclusão do dia: defensores de Aécio (PSDB) enchem tanto
o saco quanto os militantes de Dilma (PT), e o crescimento dessas duas classes
aparentemente incapazes de dialogar entre si, são tão preocupantes quanto
qualquer outro tipo de extremismo.
Não sou filiada a nenhum partido político. Na última
eleição não votei em nenhum candidato. Defendo a crítica livre de emoções e
aberta ao diálogo.
Por isso, fico preocupada quando
vejo internautas trocando agressões nas redes sociais, pessoas batendo boca na
vida real, tudo por conta da falta de respeito pelas diferenças, nesse caso as
políticas.
Há algum tempo tenho refletido
justamente sobre a dificuldade que temos em lidar com as diferenças, sejam elas
de cor, classe social, deficiências físicas, forma de pensar, time de futebol,
partido político... a lista é bem grande, mas acho que já deu pra entender a
que ponto pretendo chegar. O questionamento que me faço é, por que é tão
difícil aceitar que o outro pode pensar diferente de mim? O que me leva a
questionar também, porque eu não posso ouvir o que ele tem a dizer e chegarmos
a um acordo? Ou simplesmente, aceitar que não somos iguais, não pensamos de
forma semelhante, mas que precisamos aprender a respeitar esses contrastes?
Os escândalos relacionados à
corrupção são mostrados todos os dias na mídia. Esses casos de corrupção se
estendem desde licitações fraudulentas em prefeituras, passando pela máfia da
Petrobrás e indo até o cúmulo, médicos realizando cirurgias desnecessárias para
ganhar dinheiro ilegal, sem falar nos inúmeros outros casos que não foram
descobertos ou ainda não foram divulgados.
A corrupção existe, não é de
hoje. Entretanto, como ela pode se sustentar por tanto tempo? Não estou falando
apenas do governo PT, porque relatando a história, vemos muitos outros casos
semelhantes. Então, porque a roubalheira perdura e a aceitamos com tanta
passividade?
As respostas podem ser muitas,
mas eu venho pensando em uma possibilidade em especial, a de que nós, cada
indivíduo brasileiro, estamos nos corrompendo. Como isso? Exemplos:
- Quando acreditamos que devemos cuidar de nossos pertences mas macular o do outro.
- Quando tiramos vantagem da fraqueza do outro para nosso próprio benefício.
- Quando tomamos atitudes puramente baseadas em dinheiro e não em princípios.
- Quando nos sensibilizamos pelos ataques terroristas na França mas desejamos a pena de morte para algum desafeto.
- Quando defendemos os direitos da mulher mas a desrespeitamos em sua forma de ser e comportar-se.
- Quando ensinamos religião aos nossos filhos mas publicamos mensagens de ódio nas redes sociais, e que por sinal ele também faz parte.
- Quando exaltamos a democracia mas não somos capazes de aceitar os resultados das urnas.
Poderia citar inúmeros outros
exemplos, mas o objetivo deste texto é uma reflexão profunda sobre as bases em
que estamos construindo nossa sociedade. Ao meu ver, o discurso de cada um de
nós está destoando de nosso comportamento.
Mas o que isso tem a ver com a
corrupção? Do meu ponto de vista, à medida que nos tornarmos cidadãos mais
conscientes de nossos direitos mas também cumpridores de nossos deveres, nos
sentiremos muito mais aptos a cobrar e seremos menos tolerantes à corrupção.
No curto prazo, isso não
resolveria de uma vez por todas os problemas que enfrentamos, mas começaria a
criar um modelo para o futuro. Penso que quando pregamos o ódio e medidas
extremas como critérios de punição aos políticos, corruptos e corruptores,
estamos assumindo o descrédito que dedicamos à justiça desse país. Dessa forma,
se não acreditamos que possam existir políticos honestos ou bases legais que
efetivamente punam os condenados, será que não está na hora de abrir um novo
questionamento, de que talvez seja hora de mudar a forma como se faz política
nesse país? Uma reforma política se faz urgentemente necessária, mas para falar
disso, eu preciso de outro post.
Abraços a todos!
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