
A nuvem da incerteza paira pela
cabeça de todos os brasileiros. O que será do amanhã? Estamos em crise? Teremos
emprego? Como será o futuro? Mas agora são os gaúchos que enfrentam uma crise
sem precedentes muito de perto, o estado está falido. Não há dinheiro para
pagar os servidores públicos integralmente e não se sabe quando isso será
possível. Há paralisações das principais categorias que sofreram o calote do
governo: saúde, educação e segurança. Ou seja, o estado além de falido está
desmantelado de suas principais bases, e a população em geral vive uma
segunda-feira negra, pois a crise estadual somada à crise nacional faz os gaúchos
desanimarem ao imaginar onde é que isso tudo vai parar.
A crise no Brasil foi acentuada pela série de
escândalos financeiros envolvendo líderes de partidos políticos ligados ao
governo e a maior estatal do país, a PETROBRAS. Ao desvendar a tubulação que
desviava dinheiro ininterruptamente para os bolsos de corruptos e corruptores,
parece que não apenas a ligação clandestina foi estancada, como a própria
torneira teve seu registro fechado. Não há mais dinheiro. A empresa mais
lucrativa do país passou a dar prejuízo. O governo federal e seus aliados
tentam estancar e amenizar os efeitos colaterais dessa crise, mas é inevitável
que todos os brasileiros acabem pagando a conta. Seja através dos impostos que
aumentam sucessivamente, da inflação e alta de juros, desemprego crescente e
tantas outras coisas que ainda estão por vir.
Então, o Rio Grande do Sul que há
anos vinha buscando recursos externos para tapar os rombos de sua economia
interna, empréstimo após empréstimo, se viu mais uma vez com as finanças no
vermelho, mas desta vez o governo federal não pode lhe socorrer como vinha
fazendo no passado. O que fazer então? Parece que das tantas oções que Sartori
e sua equipe poderiam escolher, ele optou pela mais dolorosa de todas, não
pagar o salário dos seus funcionários. A crise era previsível, tanto que o
próprio Sartori abdicou de dar a notícia, deixando o comunicado ser transmitido
à população através de um terceiro. O Gringo tremeu nas bases e se encolheu, dando
apenas um breve esclarecimento da sua medida através de um vídeo postado na
internet.
Para esse povo que tanto se
orgulha de ser trabalhador e que um dia até mesmo sonhou em se tornar uma nação
independente, ver-se ridicularizado pela eminência da falência e ser comparado
com a Grécia, é lamentável.
Agora resta saber se os gaúchos
engolirão o sapo e aceitarão o calote em silêncio, com o rabo entre as pernas,
ou se honrarão sua história e tradição de luta, se levantando contra os desaforos
que andam levando para casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário