Oi pessoal, estou de volta para
compartilhar com vocês a minha leitura da semana passada. Estou um pouco
atrasada, eu sei. Mas realmente tem dias em que as palavras não surgem. Então
vou guardando meus pensamentos, acumulando idéias, até que tudo isso finalmente
se junta e consigo formular uma idéia. Escrever é um processo meio louco, mas
tudo bem, vamos ao que interessa: a leitura!
Fim de caso é um clássico.
Narrativa instigante, linguagem envolvente e personagens com uma personalidade
muito bem definida. Maurice, Sarah e Henry, vivem um triângulo amoroso, a
julgar a época em que se passa a história, meados dos anos quarenta, o romance
é muito moderno.
Maurice é um escritor. Sarah é uma
dona de casa entediada. Henry um funcionário público ocupado demais para
prestar atenção à esposa. Desde que se casou com Henry, Sarah teve vários
amantes. Seus casos extraconjugais nunca foram um problema para ela, pois não
busca nesses relacionamentos nada além de prazer carnal e um pouco de diversão.
Ela sabe que seus casos jamais deverão abalar seu casamento ou envolver
qualquer tipo de sentimento mais profundo. Entretanto, quando conhece Maurice e
passa a se envolver com ele, as coisas mudam. É com Maurice que Sarah reconhece
a superficialidade de seu casamento, não há nada ali além de conveniência e
comodidade, enquanto com o amante ela compreende o amor na sua forma mais
completa, com paixão e vida.
Maurice não consegue aceitar a idéia
de que Sarah jamais abandonará o marido. Desde o princípio ela havia deixado
muito claro que esta não era uma opção. Eles deveriam se contentar com suas
poucas horas de amor soturno. Isso enfurece Maurice, que passa a ter ciúmes de
Henry, o marido traído. Pois apesar de passar muitas horas do dia ao seu lado,
é para os braços de Henry que ela volta todas as noites. Por conta desse ciúme
que beira a obsessão, os dois vivem uma relação conturbada, onde nenhum deles
encontra paz. Maurice a acusa de não amá-lo, visto que não se importa que ele
saia com outras mulheres. Sarah apenas quer que ele seja feliz, da forma como
for.
Henry não sabe de nada do que se
passa na vida particular da esposa. Acredita na fidelidade de Sarah, mas acima
de tudo, em sua lealdade. Ela é a esposa ideal, não lhe faz cobranças e o
acompanha para onde quer que vá. Suas maiores aspirações estão relacionadas ao
trabalho e é a ele que dedica sua total atenção.
Em uma das noites onde os amantes estão juntos no apartamento
de Maurice há um bombardeio das tropas inimigas na cidade. Alguns prédios ao
redor desabam e as explosões afetam as estruturas do prédio onde estavam. Uma
das paredes cai sobre Maurice, ele parece morto. Sarah vai até ele e não acredita
que ele ainda possa ter vida, então se desespera. Nesse momento ela faz uma
promessa que mudará para sempre a vida dos dois. Ela, uma mulher adúltera e sem
religião, reza para um Deus católico pedindo por um milagre. Ela promete que se
Deus devolver a vida do seu amado, se afastará para sempre dele. Eis que
passados alguns instantes seu pedido se realiza e Maurice aparece de pé diante dela.
A partir daí toda a trama fica envolta na seguinte questão:
podem duas pessoas que se amam se afastarem por causa de uma promessa feita em
um ato de desespero? Até onde Deus está presente nas circunstâncias mais
corriqueiras as quais chamamos de acaso?
Maurice não entende os motivos pelos quais Sarah se afastou
dele, visto que ela nunca lhe contou sobre a promessa. Apenas no fim, de posse
de um de seus diários ele descobre que ela o deixou não por falta de amor, mas
sim por excesso dele.
Entretanto, quando os dois finalmente resolvem ficar juntos,
é tarde demais. Sarah desenvolve uma grave pneumonia e morre. Sua morte faz com
que Henry e Maurice se aproximem, pois nenhum nem o outro suportam a falta de
Sarah, e entre todos, são os únicos que podem mutuamente se compreender e
consolar. Por causa disso, passam a dividir a mesma casa e através da troca de
histórias, passam a conhecer melhor a mulher que compartilharam as melhores
partes de suas vidas.
O romance me fez refletir sobre o amor, o mais puro amor,
aquele que não tem armadilhas, regras ou cobranças, apenas o desejar o bem e
sem pedir nada em troca. Seria possível viver um relacionamento assim na
realidade? Deixo a questão em aberto para reflexão.
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