segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Livro da semana: Fim de Caso, de Graham Greene

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Oi pessoal, estou de volta para compartilhar com vocês a minha leitura da semana passada. Estou um pouco atrasada, eu sei. Mas realmente tem dias em que as palavras não surgem. Então vou guardando meus pensamentos, acumulando idéias, até que tudo isso finalmente se junta e consigo formular uma idéia. Escrever é um processo meio louco, mas tudo bem, vamos ao que interessa: a leitura!

Fim de caso é um clássico. Narrativa instigante, linguagem envolvente e personagens com uma personalidade muito bem definida. Maurice, Sarah e Henry, vivem um triângulo amoroso, a julgar a época em que se passa a história, meados dos anos quarenta, o romance é muito moderno.

Maurice é um escritor. Sarah é uma dona de casa entediada. Henry um funcionário público ocupado demais para prestar atenção à esposa. Desde que se casou com Henry, Sarah teve vários amantes. Seus casos extraconjugais nunca foram um problema para ela, pois não busca nesses relacionamentos nada além de prazer carnal e um pouco de diversão. Ela sabe que seus casos jamais deverão abalar seu casamento ou envolver qualquer tipo de sentimento mais profundo. Entretanto, quando conhece Maurice e passa a se envolver com ele, as coisas mudam. É com Maurice que Sarah reconhece a superficialidade de seu casamento, não há nada ali além de conveniência e comodidade, enquanto com o amante ela compreende o amor na sua forma mais completa, com paixão e vida.

Maurice não consegue aceitar a idéia de que Sarah jamais abandonará o marido. Desde o princípio ela havia deixado muito claro que esta não era uma opção. Eles deveriam se contentar com suas poucas horas de amor soturno. Isso enfurece Maurice, que passa a ter ciúmes de Henry, o marido traído. Pois apesar de passar muitas horas do dia ao seu lado, é para os braços de Henry que ela volta todas as noites. Por conta desse ciúme que beira a obsessão, os dois vivem uma relação conturbada, onde nenhum deles encontra paz. Maurice a acusa de não amá-lo, visto que não se importa que ele saia com outras mulheres. Sarah apenas quer que ele seja feliz, da forma como for.

Henry não sabe de nada do que se passa na vida particular da esposa. Acredita na fidelidade de Sarah, mas acima de tudo, em sua lealdade. Ela é a esposa ideal, não lhe faz cobranças e o acompanha para onde quer que vá. Suas maiores aspirações estão relacionadas ao trabalho e é a ele que dedica sua total atenção.

Em uma das noites onde os amantes estão juntos no apartamento de Maurice há um bombardeio das tropas inimigas na cidade. Alguns prédios ao redor desabam e as explosões afetam as estruturas do prédio onde estavam. Uma das paredes cai sobre Maurice, ele parece morto. Sarah vai até ele e não acredita que ele ainda possa ter vida, então se desespera. Nesse momento ela faz uma promessa que mudará para sempre a vida dos dois. Ela, uma mulher adúltera e sem religião, reza para um Deus católico pedindo por um milagre. Ela promete que se Deus devolver a vida do seu amado, se afastará para sempre dele. Eis que passados alguns instantes seu pedido se realiza e Maurice aparece de pé diante dela.

A partir daí toda a trama fica envolta na seguinte questão: podem duas pessoas que se amam se afastarem por causa de uma promessa feita em um ato de desespero? Até onde Deus está presente nas circunstâncias mais corriqueiras as quais chamamos de acaso?
Maurice não entende os motivos pelos quais Sarah se afastou dele, visto que ela nunca lhe contou sobre a promessa. Apenas no fim, de posse de um de seus diários ele descobre que ela o deixou não por falta de amor, mas sim por excesso dele.

Entretanto, quando os dois finalmente resolvem ficar juntos, é tarde demais. Sarah desenvolve uma grave pneumonia e morre. Sua morte faz com que Henry e Maurice se aproximem, pois nenhum nem o outro suportam a falta de Sarah, e entre todos, são os únicos que podem mutuamente se compreender e consolar. Por causa disso, passam a dividir a mesma casa e através da troca de histórias, passam a conhecer melhor a mulher que compartilharam as melhores partes de suas vidas.


O romance me fez refletir sobre o amor, o mais puro amor, aquele que não tem armadilhas, regras ou cobranças, apenas o desejar o bem e sem pedir nada em troca. Seria possível viver um relacionamento assim na realidade? Deixo a questão em aberto para reflexão. 

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