Crise. Crise econômica. Crise política. Quem é que já não está cansado de ouvir falar nessa palavra? Ser brasileiro não está sendo fácil. O salário só é suficiente para manter os gastos básicos com alimentação, luz, água e gás. A inflação está comendo o resto. Sem contar os impostos que a todo o momento o governo federal e o governo estadual do RS ameaçam aumentar. Mas até aí a gente vai levando, cortando gastos desnecessários, substituindo coisas caras por opções mais baratas e assim por diante. Entretanto, outro fantasma que vinha assustando finalmente bateu lá em casa. O nome dele é desemprego.
Meu marido foi demitido ontem.
Ele trabalhava no setor metal mecânico, um dos mais atingidos pela
desaceleração da economia. Desde o ano passado a empresa onde ele atuava vinha
tomando medidas para cortes de custos. Em setembro de 2014 demitiram cerca de
trezentos funcionários e depois deram férias para o máximo de pessoas que
conseguiram. Isso não sendo suficiente para controlar as finanças, reduziram a
semana de trabalho em meio período, ou seja, os funcionários trabalhavam de
segunda até sexta ao meio dia. Assim, economizariam com transporte, alimentação
e energia elétrica. Entretanto, como novos projetos não entraram para produção,
novos cortes de funcionários aconteceram e dessa vez o Fernando não foi
poupado. Além dele, outros também foram dispensados e certamente outros ainda
irão, é só uma questão de tempo.
Mesmo sem ser uma surpresa, afinal sabíamos que isso poderia
acontecer em algum momento, o choque foi grande. Afinal, uma coisa é imaginar
uma situação, outra coisa bem diferente é vivê-la. Acredito que acima das
preocupações financeiras, a pior parte é controlar as emoções e não se deixar
abater. O Fernando repetia que estava por um lado aliviado, pois a cada final
de mês tinha uma tensão se seria a vez dele ou não, e por outro sentia um vazio
e um pouco fracassado. É duro passar por um processo de desemprego. Os planos
são adiados. O futuro torna-se mais incerto. Parece que os sonhos ficam mais
distantes.
Entretanto, falo para vocês agora, assim como falei para
ele, a vida está aí para ser experimentada. Ela nos apresenta desafios e cabe a
nós superá-los de alguma forma. Para isso precisamos nos analisar, reconstruir,
reinventar e usar a criatividade. Afinal, em tudo o que vivemos acumulamos
experiências, sejam agradáveis ou não, e todo esse aprendizado só nos torna
mais fortes. Além disso, o trabalho é apenas mais uma parte da vida de cada um
de nós, ainda existe a saúde, a família e tantas outras coisas que nos
completam e nos dão identidade. Estar desempregado é uma condição passageira,
curta ou longa, mas assim como todo o resto é só mais uma fase que um dia vai acabar.
Para incentivá-lo a erguer a cabeça e seguir em frente com
sua auto estima e não desanimar em sua busca por uma recolocação profissional,
sugeri que ele escrevesse um blog contando sobre as suas experiências nessa
nova fase da vida. De repente, ele ainda poderá compartilhar idéias e
experiências com outras pessoas que estão vivendo esta mesma situação. O nome
do blog é “Fui demitido! O que faço agora?”.
Dê uma passadinha lá e deixe seu recado!
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