quarta-feira, 31 de maio de 2017

Sobre a educação do Medievo ao Renascimento

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“Enganam-se, porém, os homens chamando mestres àqueles que não o são, porque geralmente nunca medeia um intervalo entre o tempo da locução e o do conhecimento. E, como aprendem em seu interior imediatamente depois da locução de quem fala, julgam ter aprendido daquele que exteriormente lhes ensinou” 

(AGOSTINHO, 2009, p.157s)

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Direito e manifestação popular - Por Raquel Domingues do Amaral


"Sabem do que são feitos os direitos, meus jovens?
Sentem o seu cheiro?

Os direitos são feitos de suor, de sangue, de carne humana apodrecida nos campos de batalha, queimada em fogueiras!

Quando abro a Constituição no artigo quinto, além dos signos, dos enunciados vertidos em linguagem jurídica, sinto cheiro de sangue velho!

Vejo cabeças rolando de guilhotinas, jovens mutilados, mulheres ardendo nas chamas das fogueiras! Ouço o grito enlouquecido dos empalados.

Deparo-me com crianças famintas, enrijecidas por invernos rigorosos, falecidas às portas das fábricas com os estômagos vazios!

Sufoco-me nas chaminés dos Campos de concentração, expelindo cinzas humanas!

Vejo africanos convulsionando nos porões dos navios negreiros.
Ouço o gemido das mulheres indígenas violentadas.

Os direitos são feitos de fluido vital!

Pra se fazer o direito mais elementar, a liberdade,
gastou-se séculos e milhares de vidas foram tragadas, foram moídas na máquina de se fazer direitos, a revolução!

Tu achavas que os direitos foram feitos pelos janotas que têm assento nos parlamentos e tribunais?

Engana-te! O direito é feito com a carne do povo!

Quando se revoga um direito, desperdiça-se milhares de vidas ...

Os governantes que usurpam direitos, como abutres, alimentam-se dos restos mortais de todos aqueles que morreram para se converterem em direitos!

Quando se concretiza um direito, meus jovens, eterniza-se essas milhares vidas!
Quando concretizamos direitos, damos um sentido à tragédia humana e à nossa própria existência!

O direito e a arte são as únicas evidências de que a odisseia terrena teve algum significado!"


Raquel Domingues do Amaral (02/05/17).
Juíza Federal

terça-feira, 23 de maio de 2017

Nada Tanto Assim - Kid Abelha

Nada Tanto Assim




Selecionei esta música do Kid Abelha, chamada Nada Tanto Assim, para fazer uma reflexão a respeito de nossas vontades e nossa perseverança.

Acredito que todos nós passamos por fases na vida em que queremos abraçar o mundo. Parece que tudo é importante, interessante e que vale a pena fazer.

Gastamos muita energia em projetos secundários que nos desviam do foco principal, seja ele familiar ou profissional.

O motivo disso?

Ligamos nossa vida no piloto automático e simplesmente deixamos as coisas acontecerem. Não assumimos as rédeas de nossa vida e vamos "deixando a vida me levar".

Quando sabemos quem somos e o que queremos todo tempo e energia são valiosos. Não desejamos desperdiçar nenhum segundo com coisas que não nos acrescentam ou que nos desviem de nossos objetivos principais. Adquirimos então a disciplina e perseverança para começar e terminar um projeto.

Faço o convite:

A partir de hoje vamos nos dedicar somente a coisas que valem a pena?

Vamos sair do piloto automático?


sexta-feira, 12 de maio de 2017

A filosofia por Karine Silva

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A filosofia tem muitas definições e serventias, descrevê-la é uma tarefa árdua posto que abrange muitos campos de aplicações, está na natureza de todos os homens, assim como em todas as coisas. Então, por vezes pode parecer que não está em lugar nenhum, que não existe e para nada é útil.

Seu significa mais puro está contido na própria etimologia da palavra em grego “philos” que significa amigo ou amor e “sophia” que é sabedoria. Assim, a filosofia é o amor pela sabedoria. Estudar a filosofia é dedicar uma vida inteira à busca incansável pelo saber. Talvez, para ao fim de tudo, concluir assim como Sócrates, que a única sabedoria que possuímos é o conhecimento da própria ignorância. 

Todo homem nasce com natureza propensa a filosofia, pois questiona desde cedo os porquês das coisas até a mais extrema das perguntas, qual o sentido da vida?

Deste questionar contínuo e sistemático, atrelado ao uso do método científico e a disciplina para estudar e desenvolver o pensamento autônomo, surge o filósofo. Desta maneira, eis a principal utilidade para a filosofia e do filósofo propriamente dito, pensar e questionar: o mundo, a sociedade, os padrões, a ciência, as pessoas, a natureza, dentre tantos outros campos de atuação.

Algumas áreas de conhecimento tem sua aplicação mais evidenciada e valorizada, como por exemplo a medicina, a engenharia e a pedagogia. São áreas reconhecidamente úteis e que não necessitam de maiores delongas explicativas sobre sua utilização. Porém, quando se trata de filosofia, que pode-se dizer está presente e intrínseca a todas as profissões, visto em cada uma delas estudar-se a ética profissional, o desenvolvimento metódico investigativo, o levantamento de hipótese e porquês, não sabemos explicar onde com exatidão onde encontrar.

Portanto, ao questionar-se: onde está a filosofia e para que serve? A resposta mais simples seria: a filosofia está em tudo e em todos que amam a sabedoria e o conhecimento, no saber conhecido e em todo aquele ainda por ser questionado e descoberto. A filosofia serve para tirar o homem do conformismo e do senso comum, agitando-o e elevando-o a um novo nível de compreensão racional a respeito das questões mundanas e ajudando a sociedade a progredir a um novo patamar de desenvolvimento.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

O discurso filosófico por Marilena Chauí

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Experiência da razão e da linguagem, a filosofia é a peculiar

atividade reflexiva em que, na procura do sentido do mundo e

dos humanos, o pensamento busca pensar-se a si mesmo, a

linguagem busca falar de si mesma e os valores (o bem, o

verdadeiro, o belo, o justo) buscam a origem e a finalidade da

própria ação valorativa. Essa experiência, concretizada no e

pelo trabalho de cada filósofo, constitui o discurso filosófico

(CHAUÍ, 2009, p.12).


quarta-feira, 10 de maio de 2017

Anomia - Émily Durkheim






Quando a divisão do trabalho não está cumprindo seu papel moral: age de maneira dissolvente, caracterizando-se um estado de VÁCUO MORAL (ausência de regras/ regulamentação) ou ANOMIA.*

Estados de ANOMIA:

1) Crises industriais e comerciais (as funções sociais não estão bem adaptadas entre si);

2) Lutas entre trabalho e capital (falta de unidade e de harmonia entre trabalhadores e patrões, impedindo o surgimento da corporação);

3) Divisão extrema de especialidades no interior da ciência.

No estado de anomia, a vida social foge à normalidade e configuram-se situações anormais ou PATOLÓGICAS:

1) A ausência de regulamentação deixa as funções econômicas entregues ao império do arbítrio individual;

2) As funções científicas, que deveriam estar em primeiro plano, ficam subordinadas às funções econômicas;

3) Funções militares, administrativas e religiosas, que deveriam estar em equilíbrio com as econômicas, também estão subordinadas a estas;

4) Em lugar de florescerem individualidades, surge um extremado individualismo.

Trecho de "Contribuição à crítica da economia política" de Karl Marx

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O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu de fio condutor aos meus estudos, pode resumir-se assim: na produção social da sua vida, os homens contraem determinadas relações necessárias e independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social.

Filosofia por René Descartes


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[...] significa o estudo da sabedoria, e por sabedoria não se deve

entender apenas a prudência nos negócios, mas um

conhecimento perfeito de todas as coisas que o homem pode

saber, tanto para a conduta da sua vida como para a

conservação de sua saúde e a invenção de todas as artes

(Princípios de Filosofia, Prefácio, p.15).

terça-feira, 9 de maio de 2017

Sobre a liberdade


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LIBERDADE, a “filha da autoridade bem 
compreendida. Porque ser livre não é fazer o que se queira; é ser senhor de si, saber agir pela razão, praticando o dever”.

A filosofia por Marilena Chauí


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A Filosofia, “indica um estado de espírito,

o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o

procura e o respeita”, conforme as palavras de Marilena Chauí,

filósofa brasileira e professora da Universidade de São Paulo – USP

(CHAUÍ, 1995, p.19).

segunda-feira, 8 de maio de 2017

XII. Suplício/Capítulo I – O Corpo dos Condenados - Foucault

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[...] Os historiadores vêm abordando a história do corpo há muito

tempo. Estudaram-no no campo de uma demografia ou de uma

patologia históricas; encararam-no como sede de necessidades e de

apetites, como lugar de processos fisiológicos e de metabolismos,

como alvos de ataques microbianos ou de vírus: mostraram até que

ponto os processos históricos estavam implicados no que se poderia

considerar a base puramente biológica da existência; e que lugar se

deveria conceder na história das sociedades a “acontecimentos”

biológicos como a circulação dos bacilos, ou o prolongamento da

duração da vida. Mas o corpo também está diretamente mergulhado

num campo político; as relações de poder têm alcance imediato sobre

ele; elas o investem, o marcam, o dirigem, o supliciam, sujeitam-no a

trabalhos, obrigam-no a cerimônias, exigem-lhe sinais. Este

investimento político do corpo está ligado, segundo relações

complexas e recíprocas, à sua utilização econômica; é, numa boa

proporção, como força de produção que o corpo é investido por

relações de poder e de dominação; mas em compensação sua

constituição como força de trabalho só é possível se ele está preso

num sistema de sujeição (onde a necessidade é também um

instrumento político cuidadosamente organizado, calculado e

utilizado); o corpo só se torna força útil se é ao mesmo tempo corpo

produtivo e corpo submisso. Essa sujeição não é obtida só pelos

instrumentos da violência ou da ideologia; pode muito bem ser direta,

física, usar a força contra a força, agir sobre elementos materiais sem

no entanto ser violenta; pode ser calculada, organizada, tecnicamente

pensada, pode ser sutil, não fazer uso de armas nem do terror, e no

entanto continuas a ser de ordem física. Quer dizer que pode haver

um “saber” do corpo que não é exatamente ciência de seu

funcionamento, e um controle de suas forças que é mais que a

capacidade de vencê-las: esse saber e esse controle constituem o que se

poderia chamar a tecnologia política do corpo. Essa tecnologia é

difusa, claro, raramente formulada em discursos contínuos e

sistemáticos; compõe-se muitas vezes de peças ou de pedaços; utiliza

um material e processos sem relação entre si. O mais das vezes, apesar

da coerência de seus resultados, ela não passa de uma instrumentação

multiforme. Além disso seria impossível localizá-la, quer num tipo

definido de instituição, quer num aparelho do Estado. Estes recorrem

a ela; utilizam-na, valorizam-na ou impõem algumas de suas maneiras

de agir. Mas ela mesma, em seus mecanismos e efeitos, se situa num

nível completamente diferente. Trata-se de alguma maneira de uma

microfísica do poder posta em jogo pelos aparelhos e instituições, mas

cujo campo de validade se coloca de algum modo entre esses grandes

funcionamentos e os próprios corpos com sua materialidade e suas

forças. [...] 

(FOUCAULT, 1987, p.25s).

Marx sobre a ideologia

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É-nos necessário analisar em pormenor a

história dos homens, pois, com efeito, quase toda

ideologia se reduz a uma falsa concepção dessa

história.


Marx

Experiência e Educação – III Critérios de Experiência - Johnn Dewey

Experiência e Educação – III Critérios de Experiência

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(...) Qual, então, o verdadeiro sentido de preparação no quadro da

educação? Em primeiro lugar, significa poder a pessoa, velha ou moça,

extrair de sua experiência presente tudo que nela houver para si nesse

momento em que a tem. Quando a idéia de preparação se faz o

objetivo dominante da atividade, as potencialidades do presente são

sacrificadas a um imaginário e suposto futuro. E nessa medida, a real

oportunidade de preparação para o futuro vem a se perder. O ideal de

usar o presente simplesmente para se preparar para o futuro contradizse

a si mesmo. Esquece, suprime mesmo, as próprias condições pelas

quais uma pessoa se prepara para seu futuro. Vivemos sempre no

tempo em que estamos e não em um outro tempo, e só quando

extraímos em cada ocasião, de cada presente experiência, todo o seu

sentido, é que nos preparamos para fazer o mesmo no futuro. Esta é a

única preparação que, ao longo da vida, realmente conta.

Tudo isto significa que se deve rodear do mais desvelado cuidado

as condições que dão à experiência presente o seu sentido construtivo.

Em vez de julgar-se que não faz muita diferença o que seja a

experiência presente, contanto que seja agradável, é exatamente o

contrário do que se deve pensar. Este é mais um ponto em que é fácil

passar de um extremo a outro. Como a escola tradicional habituou-se

a sacrificar o presente a um futuro remoto e, mais ou menos

desconhecido, acredita-se que o educador pode esquecer a sua

responsabilidade quanto à significação para o futuro das experiências

presentes do jovem. Mas a relação entre o presente e o futuro não é

uma questão de um ou outro extremo. O presente afeta sempre, de

qualquer modo, o futuro. As pessoas capazes de perceber a conexão

não são os jovens mas os que já adquiriram maturidade. Por

conseguinte, sobre eles recai a responsabilidade por estabelecer as

condições adequadas ao tipo de experiências presentes capazes de ter

efeito favorável sobre o futuro. Educação como crescimento ou

conquista da maturidade deve ser um processo contínuo e sempre

presente (DEWEY, 1976, p.43s).

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica - Paulo Freire


Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica


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[...] No exercício crítico de minha resistência ao poder manhoso

da ideologia, vou gerando certas qualidades que vão virando sabedoria

indispensável à minha prática docente. A necessidade desta resistência

crítica, por exemplo, me predispõe, de um lado, a uma atitude sempre

aberta aos demais, aos dados da realidade; de outro, a uma

desconfiança metódica que me defende de tornar-me absolutamente

certo das certezas. Para me resguardar das artimanhas da ideologia não

posso nem devo me fechar aos outros nem tampouco me enclausurar

no ciclo de minha verdade. Pelo contrário, o melhor caminho para

guardar viva e desperta a minha capacidade de pensar certo, de ver

com acuidade, de ouvir com respeito, por isso de forma exigente, é me

deixar exposto às diferenças, é recusar posições dogmáticas, em que

me admita como proprietário da verdade. No fundo, a atitude correta

de quem não se sente dono da verdade nem tampouco objeto

acomodado do discurso alheio que lhe é autoritariamente feito.

Atitude correta de quem se encontra em permanente disponibilidade a

tocar e a ser tocado, a perguntar e a responder, a concordar e a

discordar. Disponibilidade à vida e a seus contratempos. Estar

disponível é estar sensível aos chamamentos que nos chegam, aos

sinais mais diversos que nos apelam, ao canto do pássaro, à chuva que

cai ou que se anuncia na nuvem escura, ao riso manso da inocência, à

cara carrancuda da desaprovação, aos braços que se abrem para

acolher ou ao corpo que se fecha na recusa. É na minha

disponibilidade permanente à vida a que me entrego de corpo inteiro,

pensar crítico, emoção, curiosidade, desejo, que vou aprendendo a ser

eu mesmo em minha relação com o contrário de mim. E quanto mais

me dou à experiência de lidar sem medo, sem preconceito, com as

diferenças, tanto melhor me conheço e construo meu perfil 

(FREIRE, 1996, p.128).

ASSIM FALAVA ZARATRUSTA - NIETZSCHE

ASSIM FALAVA ZARATRUSTA

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Por muitos caminhos diferentes e de múltiplos modos cheguei eu

à minha verdade; não por uma única escada subi até a altura onde

meus olhos percorrem o mundo. E nunca gostei de perguntar por

caminhos, – isso, ao meu ver, sempre repugna! Preferiria perguntar

e submeter à prova os próprios caminhos. Um ensaiar e perguntar

foi todo o meu caminhar – e, na verdade, também tem-se de

aprender a responder a tal perguntar! Este é o meu gosto: não um

bom gosto, não um mau gosto, mas o meu gosto, do qual já não

me envergonho nem o escondo. “Este – é meu caminho, – onde

está o vosso?”, assim respondia eu aos que me perguntavam “pelo

caminho”. O caminho, na verdade, não existe! 

(NIETZSCHE, 2002, p.272).

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Fundamentos da Educação - V. Livro I – Emílio ou Da Educação - (ROUSSEAU, 1999, p.8s)

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V. Livro I – Emílio ou Da Educação


[...] Nascemos fracos, precisamos de força; nascemos carentes de

tudo, precisamos de assistência; nascemos estúpidos, precisamos de

juízo. Tudo o que não temos ao nascer e de que precisamos quando

grandes nos é dado pela educação. Essa educação vem-nos da natureza,

ou dos homens ou das coisas. O desenvolvimento interno de nossas

faculdades e de nossos órgãos é a educação da natureza; o uso que nos

ensinam a fazer desse desenvolvimento é a educação dos homens; e a

aquisição de nossa própria experiência sobre os objetos que nos afetam

é a educação das coisas. Assim, cada um de nós é formado por três tipos

de mestres. O discípulo em quem suas diversas lições se opõem é mal

educado e jamais estará de acordo consigo mesmo; aquele em quem

todas elas recaem sobre os mesmos pontos e tendem aos mesmos fins

vai sozinho para seu objetivo e vive conseqüentemente. Só esse é bem

educado. Ora, dessas três educações diferentes, a da natureza não

depende de nós; a das coisas, só em alguns aspectos. A dos homens é a

única de que somos realmente senhores; mesmo assim, só o somos por

suposição, pois quem pode esperar dirigir inteiramente as palavras e as

ações de todos os que rodeiam uma criança? Portanto, uma vez que a

educação é uma arte, é quase impossível que ela tenha êxito, já que o

concurso necessário a seu sucesso não depende de ninguém. Tudo o que

podemos fazer à custa de esforços é nos aproximar mais ou menos do

alvo, mas é preciso sorte para atingi-lo (ROUSSEAU, 1999, p.8s).