sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O casamento da Vanessinha

            

        Vanessinha e Dudu resolveram casar-se. A mãe dela quase caiu de costas quando soube dos planos da filha.
-         Você só pode estar brincando, Vanessa!
-         Não, mãe. É super sério isso!

A mãe segurou a respiração, contou até dez. Não estava prestes a explodir em raiva, segurava era a vontade de rir. Sua filha, Vanessa Gomes da Fonseca, 16 anos, estudante do ensino médio, querendo casar? Se não bastasse o cômico dessa situação, não faltou vontade de gargalhar do maluco do tal noivo, o Dudu. A única coisa que ele sabia fazer da vida era ficar horas na frente da TV, jogando seus games e ir até a geladeira pegar mais refrigerante. Oi? Onde é que está o erro nessa história toda? Ela, que casou-se beirando os trinta e já não era mais nenhuma menina na época, antes do grande dia ainda pensou umas vinte vezes se era a coisa certa a fazer, e não era, separou-se três anos depois. Canalha, assumiu sua homossexualidade e foi ser feliz em outras redondezas. Por outro lado, pensando bem, José Augusto era muito melhor como amigo do que foi como marido. Ir ao shopping com ele era diversão garantida, sempre!

-         Mãe, porque você tá rindo? Não ta querendo me matar?

Ela olhou para a filha com o coração repleto de solidariedade. Sua geração foi criada para repudiar o casamento e a falta de liberdade que ele representava, em sua época, o bacana era ser independente. Lutou para se virar sozinha e conseguiu. Agora estava ali, sua filha, querendo viver aos moldes de sua bisavó. Onde foi que ela errou?

- Não meu amor, eu só to aqui pensando em algumas coisas práticas da vida. Se você quiser casar com o Dudu, por mim tudo bem. Dou a maior força. Só fico curiosa pra saber como é que vocês vão levar essa empreitada adiante. Porque como você sabe, isso vai significar que vocês terão que arcar com uma casa, água, luz, comida, mobília, eletrodomésticos, dentre outras cositas más! Pode me explicar como é que vocês vão bancar isso tudo?

            Vanessinha começa a roer as unhas, por um segundo a mãe desconfia que essas coisas nem sequer passaram perto da cabecinha adolescente dela. Ela já teve a idade da filha um dia, sentiu inveja da sua ingenuidade. Tempos bons eram aqueles que ela não precisava fazer equivalência do preço dos cosméticos com a quantidade de contas a pagar. Podia comprar uma blusa maravilhosa, a qual seria usada apenas uma vez, sem sentir a culpa e o remorso por ter deixado de comprar comida.

            - Ai mãe, esse mundo não é justo. Acho que vamos ter que adiar os planos. O amor será interrompido pela falta de dinheiro. Droga de mundo capitalista!
            - Sim, minha filha, a vida definitivamente não é justa. Mas quem sabe até depois da faculdade os planos não sejam apenas adiados, talvez eles sejam totalmente mudados. Tanta coisa pra acontecer ainda. Por enquanto vai curtindo esse amor todo aqui em casa, onde eu posso ficar de olho nas loucuras de vocês dois e ainda patrocino uma pizza. Liga pro Dudu e chama ele pra jantar com a gente.
           
            Vanessinha corre pro telefone e o tal convite leva trinta minutos para ser feito. Afinal, ainda era a mãe quem pagava a conta telefônica. 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Hoje eu morri

            

               Hoje eu morri. Ao abrir meus olhos e despertar em uma nova dimensão, você foi o primeiro que eu vi. Me recepcionou com festa. Estávamos felizes porque nada mais importava a não ser o nosso próprio reencontro. Gargalhamos com gosto da nossa ingenuidade de vivos, fizemos piada do tempo em que chorávamos pelos problemas que achávamos que tínhamos. Nada disso existia, agora, sabemos, porque quando se morre não se sente saudade de nada, a não ser da própria vida.

            Quanto tempo desperdiçado com coisas inúteis, a raiva, o ódio, o estresse e a eterna insatisfação de querer sempre mais. Nada disso importa mais, porque agora estamos mortos. Podemos rir, meu querido amigo, de nós e das chagas que criamos e nos infligimos. Tudo tão pequeno. Melhor seria se tivéssemos aprendido a viver com menos, talvez assim a vida tivesse se revelado maior. Mas agora nada disso importa, tudo foi como foi e está feito. As histórias vividas. A vida eternizada na memória de quem ficou, até que não seja mais nada, além de uma história contada de tempos em tempos. Um dia virará um conto e ninguém mais se lembrará desses personagens, de seu choro ou do seu riso, nem daquilo que representou sua vida.

             Os sofrimentos, tão inúteis. Riremos disso também. Tudo isso passa e agora estamos aqui celebrando a vida que já não temos. Saudamos não aquela vida que queríamos, mas a que tivemos. Nesse dia em que despertamos da nossa ignorância e percebemos que nada disso importa, porque a morte chegou e tudo o que restou foi o lento esquecimento de quem  um dia nós fomos e estamos felizes por não ser mais.

Livro da semana: O Guardião de Memórias

      

         Com um início despretensioso e aparentemente maçante, o livro O Guardião de Memórias consegue absorver completamente a atenção do leitor a partir do momento em que o protagonista, David, toma a decisão de levar sua filha nascida com síndrome de Down para uma instituição que cuida de deficientes mentais, tudo sem que sua esposa saiba. O casal teve gêmeos e a história que ele conta a mulher é de que apenas uma das crianças sobreviveu ao parto, a menina nasceu morta.

        A história de que o bebê natimorto não foi visto pela mãe e teve um enterro as escuras são um pouco fracas, mas servem de fundo para uma outra história muito mais densa e profunda que surge logo a seguir, levanta o questionamento de o quão longe uma mentira pode ir e o quanto ela afeta a vida das pessoas que escondem e sustentam esse segredo.

        Fiquei comovida com o modo como David se culpou durante anos por ter feito uma escolha da qual se arrependeria mais tarde e pelo resto da vida, porém, ainda assim, foi incapaz de revelar a verdade à sua família. Sustentou um segredo durante anos para com a mulher e o filho. Isolou-se em seu próprio mundo e viu as pessoas que amava se afastarem. Teve uma vida onde estava rodeado de pessoas, mas era extremamente só. Os estranhos o admiravam, mas para sua própria família, ele era apenas um desconhecido.

        Participar como leitora, da vida desse personagem e de todos os outros que fazem parte da trama, me fez refletir no modo como às vezes tentamos tomar decisões sem consultar as pessoas próximas, na expectativa de que assim estaremos fazer o bem ao outro. Na ânsia de acertar, erramos. Pois o mundo, como David e os demais perceberam, não pode ser controlado ou mantido estático. As coisas acontecem como tem que acontecer e no fim das contas, cedo ou tarde, doa a quem doer, a verdade vem à tona.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Um pouco sobre o preconceito

     - O Brasil está dividido. Vamos construir um muro separando o sul, o sudeste e o centro-oeste do restante dos estados. Aceitaremos o Acre porque ele também foi favorável ao camarada Aécio. Ao restante. O isolamento.
- Apoiado! Apoiado! – gritam outros camaradas inconformados com o resultado das urnas.

        O clima era tenso naqueles dias. Antes das eleições os eleitores do PT precisavam andar calados, esgueirando-se de perguntas sobre seu voto. Usar as redes sociais era impossível, o estereótipo de pobre, burro e analfabeto era muito atribuído aos vermelhos. Se fosse nordestino então, pobre alma! Sobre suas costas recaía o julgo de mais de centenas de adjetivos pejorativos. Artistas e personalidades da moda manifestavam-se a favor das aves tropicais. O bacana era ser quarenta e cinco, o treze virou sinônimo de mau agouro e azar. Eram tempos de silêncio.
     Porém no dia 26 de outubro de 2014, o povo, representado numericamente pela sua maioria, sem precisar dizer uma palavra, impôs sua vontade. Houve então a explosão da voz dos silenciados.

        Após ser encerrada a eleição e apresentado o resultado das urnas, não existiu um espírito amistoso. O respeito foi esquecido. Enfurecidos pela derrota, partidários da ave tropical despejaram seu ódio em forma de palavras através das redes sociais e de comentários ácidos entre seus amigos. O ódio virou piada e teve gente que achou graça destilar do seu veneno também contra outras pessoas. Virou um desfile de preconceito, crime, inclusive no Brasil. O eleitor dos vermelhos estereotipou-se como o nordestino, pobre, beneficiário do programa bolsa família, com cinco crianças pequenas para criar, morador do sertão, passando fome e sede, sem trabalho, analfabeto, ignorante e deitado numa rede esperando o tempo passar.

        Descrição mais longe da realidade impossível. Quem sabe por conhecer tão mal a diversidade e pluralidade do Brasil, suas diferentes formas de agir e pensar, foi o motivo que fez as aves tropicais se estatelarem no chão. O vôo foi alto e o tombo grande, devido à soberba por não reconhecer seus próprios limites e de seus semelhantes. Ser parte do grupinho das aves era legal, muito It e pop nas redes sociais. Talvez por isso mesmo, tenha afastado de si as pessoas que não se identificam com essa cultura favorável a desigualdade social, intolerância e preconceito.
       

     Entre ser parte de um grupinho seleto de celebridades ou de um movimento que preza pela igualdade social, eu sempre optarei pela segunda opção. Pelo visto, a maioria do Brasil concorda comigo.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Sobre a minha ingenuidade política

            Com o aumento da informação através dos mais diversos meios de comunicação, as notas sobre os casos de corrupção ficam cada vez mais falados e atingem uma repercussão nunca antes vista. Ótimo. É assim mesmo que tem que ser. Mas só porque hoje o PT está na mídia não quer dizer que não existam outros casos, com outros partidos, acontecendo nesse exato momento. Talvez até piores, apenas mais bem camuflados.

            Falo isso com a tranqüilidade de alguém que hoje tem 27 anos e que viu e viveu a política desde muito cedo. Sou da cidade de Correia Pinto, do estado de Santa Catarina. Lá a corrupção sempre foi latente e aparente, antes mesmo do PT sonhar em ser o grande partido que é, o PMDB e o PFL já se revezavam em seus crimes contra o dinheiro da população. Numa cidade pequena, há quase trinta anos atrás, os políticos já davam aula sobre como enriquecer com o dinheiro público e também como favorecer familiares e amigos com esse mesmo dinheiro.

            Já naquela época, os escândalos eram descobertos pela oposição do momento e escancarados ao público, mas rapidamente abafados e não davam em nada, nenhum punido. Nenhuma cassação. Nenhuma conseqüência. Tudo era feito e pensado de forma a favorecer os aliados de situação.

            Então vejam caros leitores, minha ingenuidade política perdeu-se ali, muito cedo. Quando ainda na escola as crianças dividiam-se entre os pelegos e os colas brancas, PMDB e PFL, respectivamente. Ainda jovens e sem noção alguma de política, já discutíamos sobre a posição em que cada um estava. O pior é que depois de escolhido o lado, não havia volta.  Era preciso preparar-se para as conseqüências dessa escolha. Os dois partidos revezavam-se no poder e quem estava na situação mamava nas tetas da prefeitura, enquanto quem estava na oposição sofria o golpe de perder a mamata e ter que arrumar um “emprego de verdade”. Isso tudo durava até a próxima eleição, mas indiferente a quem assumisse o poder, o comportamento era o mesmo.  As portas se abriam para uns e estes davam um pé na bunda dos outros. Não restava pedra sobre pedra. Nenhum profissionalismo mantido.          

Haverá os que discordem, mas eu vi isso acontecer. Aliás, vejo até hoje o quanto a cidade está atrasada em desenvolvimento quando comparada a outras cidades da região e ainda mais a outras cidades de mesmo porte no país. Atribuo a consciência política que se enraizou na mente da população.

            Isso tudo dava-se entre os principais interessados em assumir o poder e toda a sua corja. Mas para a população que vivia a realidade a parte dessas brigas e partidarismos, a vida não mudava, só piorava. Era raro um prefeito e seus vereadores trazerem algum avanço para a cidade, mas quando acontecia, os próximos eleitos tratavam de desfazer.


            Hoje, com a maturidade de meus quase trinta anos e o conhecimento acumulado por ter visto outras realidades, pergunto, adianta alguma coisa o povo brigar entre si? Enquanto a população está desunida e ocupada em brigar por causa de partidos e candidatos, o que estão fazendo os políticos? Vamos abrir os olhos minha gente!

ELEIÇÕES – 2° TURNO


            O Brasil escolheu seu novo representante para os próximos quatro anos, foi reeleita a presidenta Dilma Rousseff. Em uma disputa apertada, com 51,64% dos votos válidos, ela será a representante da vontade da maioria dos brasileiros. Isso é democracia, a maioria vence. É preciso conformar-se com a decisão dessa maioria. Porém é lamentável perceber que uma grande parcela da população não aprendeu a lidar com frustrações. É triste verificar que alguns parecem ser mais adeptos da imposição da sua vontade à força, gostariam que as coisas fossem feitas ao seu modo custe o que custar, sentem prazer ao externar sua frustração ofendendo e discriminando outras pessoas.

            Os nordestinos são a vítima da vez. Estou estarrecida ao ler as manifestações de gente que ainda não amadureceu o suficiente para conviver com a negação de suas vontades.  Abaixo estão listados apenas alguns dos absurdos que li:


wiliam
 - 
27/10/2014 às 9:14
Nojo dos nordestinos que votaram no pt , nojo do PT. Brasil futura venezuela. Brasil atrasado venceu Brasil moderno. Agora é trabalhar para continuar pagando as esmolas desses.

julio
 - 
27/10/2014 às 9:02
Com uma educação de péssima qualidade e com um povo sofrendo ameaças do candidato Aécio cortar a bolsa família é lógico que o povo pobre burro e sem imformação, votaria na Dilma, mentir não é milgre isso faz parte dos candidatos do PT, porem onde o povo é mais esclarecido p PT não ganhou, veja Sul, Sudeste e centro oeste, esta região do brasil tem uma melhor educação, por isso eu acredito que o melhor seria dividir o pais em duas regiões Uma que produz e uma que consome


Em: http://blogs.ne10.uol.com.br/mundobit/2014/10/26/nordestino-preconceito-dilma/?doing_wp_cron=1414370543.5090599060058593750000

Foto: Reprodução/Twitter.


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As pessoas têm o direito de expressar-se e falar aquilo que pensam, é um direito assegurado em constituição. Mas é importante lembrar que discriminação é crime. Calúnia (art. 138 do código Penal), difamação(art. 139 do código penal) e injúria (art. 140 do código penal) e a própria vítima deve realizar a denúncia. Os inconformados com a vitória do PT terão que aprender a lidar com a derrota ou sofrerão as conseqüências pelos seus atos criminosos. 

Como dito, a diferença entre os dois candidatos foi muito pequena. Ao contrário do que se pensa na divisão dos votos válidos por região, Dilma não foi unanimidade no Nordeste e Norte, assim como Aécio não foi maioria absoluta no Sul, Sudeste e Centro Oeste do país. Aliás, como muito bem dito por um internauta, Aécio poderia ter revertido toda a história se tivesse vencido em seu próprio território, Minas Gerais, mas não venceu. Essa internauta diz ainda “Não foi Minas Gerais que fez Aécio perder a eleição, o que fez Aécio perder foi o governo que ele fez em Minas Gerais.”

Vale lembrar ainda que o povo não é burro, nem somente nordestino votou no PT, nem somente analfabeto, nem somente gente desinformada e nem tantas outras coisas que dizem por aí. O PT pode ter vencido a eleição por inúmeros motivos, talvez a sensação de segurança que a continuidade de um governo proporciona, quem sabe pela melhoria de vida que muitos brasileiros tiveram a oportunidade de desfrutar durante o governo do PT, ou quem sabe ainda, pela própria incapacidade de argumentação que os adeptos do PSDB tenham demonstrado.

Poderiam ter sido citado ainda inúmeros motivos, mas vou deixar isso para os analistas políticos profissionais. De minha parte, comportamentos como visto acima, descontrolados, discriminatórios e pouco inteligentes, demonstram apenas que o povo precisa compreender que agora é bola pra frente e precisamos nos unir, independente da posição política, para fiscalizar o novo governo. Cobrar as promessas. Exigir que nossos direitos sejam respeitados e que o dinheiro do povo está sendo corretamente aplicado.

            Quanto aos atos de corrupção, sempre existiram e sempre existirão, resta a nós fazer pressão popular para que esses criminosos também sejam punidos. Isso vale para todas as esferas de poder, iniciando pelos vereadores em seus municípios. A disputa acirrada nas urnas mostrou ao PT que ele não é unânime. Valeu o susto. Vamos ficar de olho!


terça-feira, 14 de outubro de 2014

A busca

      
  A busca pelo equilíbrio espiritual, emocional e físico requer tempo e dedicação. A cada dia o homem se aperfeiçoa na arte de viver. Compreender o sentido de sua própria vida é algo que os antigos morados do planeta já ansiavam, dedicavam horas de sua vida a meditação e compreensão das forças naturais que regem este lugar onde eles viveram e ainda vive a raça humana. A análise profunda de cada um dá a dimensão da grandeza do próprio universo, pois cada homem é intrinsecamente um universo que pertence a outro e estes pertencem a outros. Não haverá resposta única para os questionamentos e anseios individuais, visto que cada ser humano possui necessidades evolutivas diferentes. Entretanto, a todos pertence a resposta universal de que somente o amor, a sabedoria, a caridade e o evoluir são as ferramentas para encontrar todas as demais respostas.
      
      Somente encontrará, aquele que busca. Somente será feliz aquele que é capaz de fazer a outro feliz, pois a felicidade está mais em doar do que em receber.  O homem que doa sua vida, recebe muitas vidas. O homem egoísta vive apenas uma vida e junto recebe como único consolo todas as frustrações e alegrias que acompanham essa única vida. Esse homem não pertence ao coletivo e por isso sofre. O homem que compreende a importância do todo não sente falta de nada porque nunca perde nada. O homem que é capaz de respirar o ar sabe que ali está o segredo do compartilhar, todos respiram o mesmo ar, homens, animais e plantas e nunca faltou o ar a ninguém. Todos respiram o mesmo ar desde que o mundo se originou e ainda respiram e ainda respirarão. O senso de propriedade é algo transitório, não é possível ser o dono do ar, ele é seu por alguns poucos segundos em que está dentro do corpo fazendo o seu trabalho, mas tão logo e utilizado, se aprisionado ele é capaz de matar. O mesmo ar que dá vida é capaz de tira-la. É preciso devolver o ar para o universo para que o universo lhe restitua o direito de novamente buscar o ar que está livre. Não é possível aprisionar o ar, também não é possível ser o dono absoluto de nada. Tudo é transitório. O homem que aprender que apenas utiliza-se dos recursos do universo mas que nunca será o seu dono, este é um homem sábio.

          Depois da tempestade vem a calmaria. Não pode ser adiado aquilo que esta destinado a acontecer. As escolhas são feitas mas todas levam a um único caminho de redenção. Acumula-se ou reduz-se a quantidade de aprendizado conforme cada escolha é feita, entretanto, todos os homens aprenderão as mesmas lições e todos chegarão sua própria redenção. Alguns mais cedo e outros mais tarde, mas todos chegarão.