Com
o aumento da informação através dos mais diversos meios de comunicação, as
notas sobre os casos de corrupção ficam cada vez mais falados e atingem uma
repercussão nunca antes vista. Ótimo. É assim mesmo que tem que ser. Mas só
porque hoje o PT está na mídia não quer dizer que não existam outros casos, com
outros partidos, acontecendo nesse exato momento. Talvez até piores, apenas
mais bem camuflados.
Falo
isso com a tranqüilidade de alguém que hoje tem 27 anos e que viu e viveu a
política desde muito cedo. Sou da cidade de Correia Pinto, do estado de Santa
Catarina. Lá a corrupção sempre foi latente e aparente, antes mesmo do PT
sonhar em ser o grande partido que é, o PMDB e o PFL já se revezavam em seus
crimes contra o dinheiro da população. Numa cidade pequena, há quase trinta
anos atrás, os políticos já davam aula sobre como enriquecer com o dinheiro
público e também como favorecer familiares e amigos com esse mesmo dinheiro.
Já
naquela época, os escândalos eram descobertos pela oposição do momento e
escancarados ao público, mas rapidamente abafados e não davam em nada, nenhum
punido. Nenhuma cassação. Nenhuma conseqüência. Tudo era feito e pensado de
forma a favorecer os aliados de situação.
Então
vejam caros leitores, minha ingenuidade política perdeu-se ali, muito cedo.
Quando ainda na escola as crianças dividiam-se entre os pelegos e os colas
brancas, PMDB e PFL, respectivamente. Ainda jovens e sem noção alguma de
política, já discutíamos sobre a posição em que cada um estava. O pior é que
depois de escolhido o lado, não havia volta.
Era preciso preparar-se para as conseqüências dessa escolha. Os dois
partidos revezavam-se no poder e quem estava na situação mamava nas tetas da
prefeitura, enquanto quem estava na oposição sofria o golpe de perder a mamata
e ter que arrumar um “emprego de verdade”. Isso tudo durava até a próxima
eleição, mas indiferente a quem assumisse o poder, o comportamento era o mesmo.
As portas se abriam para uns e estes
davam um pé na bunda dos outros. Não restava pedra sobre pedra. Nenhum
profissionalismo mantido.
Haverá os que
discordem, mas eu vi isso acontecer. Aliás, vejo até hoje o quanto a cidade
está atrasada em desenvolvimento quando comparada a outras cidades da região e
ainda mais a outras cidades de mesmo porte no país. Atribuo a consciência política
que se enraizou na mente da população.
Isso
tudo dava-se entre os principais interessados em assumir o poder e toda a sua
corja. Mas para a população que vivia a realidade a parte dessas brigas e
partidarismos, a vida não mudava, só piorava. Era raro um prefeito e seus
vereadores trazerem algum avanço para a cidade, mas quando acontecia, os
próximos eleitos tratavam de desfazer.
Hoje,
com a maturidade de meus quase trinta anos e o conhecimento acumulado por ter
visto outras realidades, pergunto, adianta alguma coisa o povo brigar entre si?
Enquanto a população está desunida e ocupada em brigar por causa de partidos e
candidatos, o que estão fazendo os políticos? Vamos abrir os olhos minha gente!
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